sábado, 4 de dezembro de 2010

Crônicas de Dalva

{ Foto por: Nirrimi- via goole }
Parte I

Dalva nascera num dia 29 de Fevereiro às 12:52hs da tarde. O dia estava calmo e as estrelas enfeitavam o céu. Sim, isso mesmo que você leu. Quem poderia imaginar que haveria um eclipse solar justamente quando Dalva recebia as boas vindas à vida? Seu pai brilhava de felicidade ao segura-la no colo pela primeira vez. Por isso resolveu chamá-la de Dalva. Ele achou o nome muito apropriado, embora soubesse que a estrela Dalva não era exatamente uma estrela, mas era melhor do que chamar a menina de Betelgeuse, não concordam? Naquele momento eles nem imaginavam que alguns anos depois tais pensamentos renderiam-lhes boas gargalhadas durante os almoços e encontros de família. E a menina Dalva crescia em estatura e em graça. E quão graciosa era aquela pequena estrela! Seus sorrisos, alegrias e canções inundavam a vida das pessoas ao seu redor, trazendo paz, tranquilidade. Não era uma garota perfeita. Às vezes falava pelos cotovelos, inclusive o que não devia. Era dona de uma autosuficiência que alimentava sua teimosia e orgulho. Mas era uma garotinha amável. Seu pai lhe dizia que era uma princesa. Eles passavam horas no jardim lendo e inventando mil e uma histórias de príncipes, duques, reis e todos os tipos de figuras da realeza. Dalva não entendia muito bem o seu pai, mas ficava feliz todas às vezes que ouvia seus lábios  dizerem que ela era a princesa do Rei dos Reis. Alguns anos depois seu coração ficara inquieto. "Quem sou eu? Qual o sentido da vida? Para quê estou aqui?" Essas perguntas tiravam a sua paz durante algumas noites. Algumas vezes ela se enrolava no cobertor  e ia se encontrar com as estrelas, na esperança de que essas lhe dessem as tão esperadas respostas. Mas além do encanto e mistério, observar o céu lhe trazia mais e mais perguntas. Ficou imaginando quando tudo aquilo foi feito. Quem teria tido a ideia tão estupenda de pintar cada um daqueles brilhantes pontos no céu? Ela ouviu de seus pais que tinha sido Deus, o Criador dos céus e da terra. Ela achava a ideia meio cômoda e não sabia ao certo se acreditava nisso ou não. O sono tomou-lhe os pensamentos e ela foi dormir. Sonhou que escorregava pelos anéis de Saturno e que caminhava sob os céus tempestuosos de Júpiter. Até que o barulho alto e agudo de sirene a despertou. Seu coração temeroso palpitava dizendo que algo muito ruim havia acontecido. E naquele momento ela mal sabia que o terror e a tristeza estavam prestes a visitá-la, sem uma data exata para as despedidas.

Continua =D

Um comentário:

  1. Querida tu escreves tão bem!! Que conto criativo! Parabéns pelo lindo romance, quero acompanhar todas as partes! Fico à espera da continuação hehe

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